XIX

Na rua ouviam-se gritos de pânico. O incêndio estava a consumir os últimos andares, encurralando quem lá se encontrava. Uma multidão assistia ao episódio, num misto de comiseração e regozijo mórbido. Por fim os intrépidos bombeiros alcançaram uma janela no topo do prédio, iniciando o resgate daqueles reféns da angústia. Quando julgavam que o trabalho estava concluído, o que quase coincidia com a missão final das chamas, ouviram um pedido desesperado noutra janela. Uma mulher segurava um bebé no colo, protegendo-o do fogo iminente. Crasmo, o bombeiro mais próximo, manobrou com urgência a escada. A uns escassos metros, a mãe bradou "Salve o meu filho. Eu não tenho hipótese". "Deixe-me aproximar e salvo-a a si também.". Apenas teve tempo de atirar o seu rebento para os braços de Crasmo. "Diga-lhe que a mãe dele se chamava Jamar. A parte do amor é implícita". Nesse momento começou a ser consumida pelo calor extremo e pela combustão, mas reconfortava-a saber que as suas lágrimas iriam apagar tudo isto.
1 Comments:
olha só...
onde eu consigo ter algum entendimento de onde está o que aqui?
desculpa sou binária... poso começar de qquer post?
ok...
boa noite
Post a Comment
Subscribe to Post Comments [Atom]
<< Home