XXIV



O desprendimento material é algo fascinante. Não no sentido da pobreza franciscana nem de uma forma demasiado lata, mas em pequenos gestos do quotidiano. Para quê dar demasiada importância a certos objectos que não possuem qualquer valor sentimental? Mesmo aqueles pelos quais nutrimos alguma estima apenas são representantes de um momento, de uma pessoa ou de um estado, servindo como auxiliares de memória. Em relação aos primeiros, se se assumir esse desapego e o levar um pouco mais além, conseguem-se situações hilariantes e, até certo ponto, imprevisíveis.

1 Comments:

Blogger Raquel said...

Eu sou o exagero do materialismo sentimental...
Noutro dia fiquei louca porque não encontrava um papelinho com uma morada... não era por causa da morada, porque felizmente já a tinha noutro sítio, era o papelinho... manchado e dobrado, que me lembrava do momento... como se a perda dele significasse a perda da pessoa que o tinha escrito...
Também guardo coisas de sitios que vou visitando, mas isso é mesmo como auxiliar de memória, porque a idade não perdoa... O engraçado é o exercício que tenho de fazer, por vezes, para me recordar de onde as trouxe...

15/5/07 16:46  

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